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quarta-feira, 30 de julho de 2014

Notícias de Hoje: Juiz nega pedido de prisão de sócios da TelexFree no Brasil

A Justiça Federal do Espírito Santo não acatou, nesta quinta-feira, pedido do Ministério Público Federal de prisão preventiva dos sócios da Ympactus, mais conhecida como TelexFree. Uma operação da Polícia Federal, do MPF e da Receita Federal, batizada de Orion, desbaratou o esquema de pirâmide financeira levado a cabo pela TelexFree no Brasil e em diversos países, e que pode ter drenado, segundo a Justiça dos Estados Unidos, mais de 1 bilhão de dólares. O MPF pediu a prisão imediata dos sócios Carlos Roberto Costa e Carlos Nataniel Wanzeler. Contudo, o juiz da 1ª Vara Federal Criminal de Vitória, Aylton Bonomo Júnior, negou.

Em seu pedido, o MPF/ES alegou que a prisão seria necessária para garantir a preservação das provas e a aplicação da Lei Penal, tendo em vista o risco de que, uma vez conscientes da investigação existente também no Brasil, os envolvidos pudessem destruir as evidências ou fugir. O site de VEJA teve acesso à decisão do juiz, que afirma que, por ora, os suspeitos não apresentam risco às investigações. "Nada obstante, não vislumbro, ao menos por ora, necessidade para decretação da prisão preventiva, pois há outras medidas cautelares de cunho pessoal mais brandas, que produzem o mesmo efeito da custódia cautelar, isso segundo o contexto ora apresentado", disse Bonomo Júnior.

Ao mencionar outras medidas cautelares de cunho pessoal, Bonomo se refere especialmente ao bloqueio de bens (imóveis, carros, computadores e dinheiro) determinado pela Justiça, e que recai sobre oito envolvidos: James Mathew Merrill; Carlos Roberto Costa; Carlos Nataniel Wanzeler; Jozelia Mirian Sangali; Katia Helia Barbosa Wanzeler; Febe Vanzeler de Almeida e Souza; Lyvia Mara Campista Wanzeler; e Marilza Machado Wanzeler. Todos estão ligados à Ympactus. O juiz também bloqueou os bens da filha de Carlos Costa, Letícia. "Embora inicialmente (Letícia Costa) não figure na qualidade de investigada, já se demonstrou, no tópico “II.7.1” (Das buscas e apreensões), a fundada suspeita de que seu genitor esteja utilizando sua conta bancária para movimentação de recursos ilícitos. Portanto, o correspondente afastamento de sigilo deve ser deferido."

Desvio de recursos — Nos Estados Unidos, onde a TelexFree foi alvo de operação semelhante, seus dirigentes foram presos tão logo foram detectadas provas de que se tratava de um amplo esquema de pirâmide. As investigações começaram ainda em 2014. No Brasil, a Justiça levou mais de um ano investigando o caso, sem que a acusação fosse concluída. Nesse período, os bens da empresa e dos sócios foram bloqueados, mas houve tentativa de desvio de recursos — que não chegou a ser finalizada por interferência do MPF.

No Brasil, a empresa está com processos abertos nas esferas civil (no Acre), criminal (Espírito Santo) e administrativo (Brasília). Até então, apenas a Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça (Senacon/MJ), por meio do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) – esfera administrativa -, conseguiu finalizar sua apuração e multou a TelexFree em 5,59 milhões de reais por violação de direitos do consumidor e publicidade enganosa e abusiva. O processo que corre no Acre ainda está em fase de perícia contábil e financeira.

Sócio foragido — Um dos sócios cujo pedido de prisão preventiva foi negado é foragido da polícia americana. Carlos Wanzeler viajou dos EUA ao Brasil, especificamente Vitória (ES), poucos dias antes de ter sua prisão decretada pela justiça americana. Seu sócio James Merrill foi preso em maio, assim como a esposa de Wanzeler, Katia, acusada de ajudá-lo a fugir ao Brasil. Katia Wanzeler foi solta duas semanas depois.

Quando Wanzeler foi dado como foragido, seu advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, mais conhecido como Kakay, afirmou ao site de VEJA que seu cliente ficaria no Brasil, onde não havia sido acusado de nada. "Ele vai ficar definitivamente em Vitória, onde já morava e tem casa. Ele é brasileiro e por aqui não há pedido de prisão e nem acusação criminal", disse Kakay, que defendeu o publicitário Duda Mendonça e da sócia dele, Zilmar Fernandes, no processo do mensalão.

Tanto Costa quanto Wanzeler terão de se apresentar mensalmente à 1ª Vara Federal Criminal de Vitória, onde o processo tramita, por determinação divulgada nesta quinta-feira. A medida cautelar é uma alternativa à prisão. Os passaportes de ambos devem ser entregues à Justiça em até 24 horas e eles estão proibidos de deixar o Brasil. Seus nomes também foram incluídos no Sistema Nacional de Procurados e Impedidos (Sinpi).

Fonte: VEJA

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